sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

É hora de estudar

O aproveitamento escolar depende não só do tempo de estudo dedicado a cada disciplina, mas também de outros factores que estão directamente relacionados e que por vezes os desvalorizamos no rodopio do dia-a-dia. Eis alguns exemplos:

Alimentação
Estar alimentado ajuda o cérebro a concentrar-se e a ter um maior índice de atenção. Incentive o seu filho/educando a tomar sempre o pequeno-almoço em casa e a fazer refeições regulares e equilibradas ao longo do dia.

Descanso
O descanso é fundamental. Está provado cientificamente que se deve dormir pelo menos 8 horas de sono diárias para que haja a recuperação plena das energias dispendidas no dia anterior, e para que o aluno tenha uma maior capacidade de concentração, discernimento e maior controlo da impulsividade ao longo do dia.

Exercício Físico
Praticar desporto regularmente ajuda a ter um corpo são e mente sã.

Motivar/Incentivar
Incentivar o estudo para que as dificuldades sejam superadas e elogiar os progressos realizados. Em caso de “ralhete” focalize na situação e nunca no seu filho/ educando. Nunca esquecer que se desaprovam acções e não as pessoas. Encontre sempre um ponto positivo para reforçar a confiança e a motivação.

Estabelecer Regras
Definir claramente o tempo diário dedicado ao estudo, o local para o fazer e quais os recursos que efectivamente são necessários para estudar. É importante não esquecer também os momentos de lazer e diversão.

Acabar com a crença do bicho papão
Por vezes, devido a ideias pré-concebidas que determinadas matérias são muito difíceis, baseado no “já ouvi dizer que aquilo é mesmo impossível…” ou “com os outros também é assim”, ou “aquilo não interessa para nada para o que eu quero ser…”, pactuamos com atitudes de passividade e de desinteresse, ou mesmo de preguiça absoluta em relação ao estudar. Cabe aos Pais/Encarregados de Educação desmitificar “os bichos papão” e demonstrar que com trabalho as dificuldades vão sendo dissipadas. Palavra-chave: força de vontade.

Sorrir
Ajude o seu filho/educando a gostar de estudar, salientando a importância da educação e do conhecimento. Crie/desenhe um sorriso numa folha de papel e coloque-o no espaço de estudo com uma frase de incentivo. Contagie-o pelo sorriso do saber.

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Feliz dia de São Valentim

Todas as cartas de amor são
Ridículas.
Não seriam cartas de amor se não fossem
Ridículas.

Também escrevi em meu tempo cartas de amor, 
Como as outras,
Ridículas.

As cartas de amor, se há amor, 
Têm de ser
Ridículas.

Mas, afinal,
Só as criaturas que nunca escreveram 
Cartas de amor 
É que são
Ridículas.

Quem me dera no tempo em que escrevia 
Sem dar por isso
Cartas de amor
Ridículas.

A verdade é que hoje 
As minhas memórias 
Dessas cartas de amor 
É que são
Ridículas.

(Todas as palavras esdrúxulas,
Como os sentimentos esdrúxulos,
São naturalmente
Ridículas.) 

Álvaro de Campos

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Conhecer melhor os usos, riscos e segurança online
das crianças europeias
  
Os resultados gerais do Projecto EU Kids Online 2 já estão disponíveis! Pode saber mais sobre Portugal aqui, e sobre os outros 24 países através deste link. Aconselhamos vivamente a leitura das apresentações do dia 21, feitas no Safer Internet Forum 2010, aqui.
Estes são os resultados iniciais e completos do inquérito levado a cabo junto de milhares de crianças europeias, entre os 9 e os 16 anos, e os seus pais. Permite assim ter uma perspectiva Europeia sobre riscos e segurança online, e sobre como os jovens lidam com estes dois elementos.

Riscos e segurança online de crianças e jovens europeus

Portugal participa no estudo do projecto EU Kids Online II, que inquiriu, na Primavera de 2010, 1000 crianças e jovens entre os 9 e 16 anos e um dos seus pais em cada um dos 25 países europeus sobre riscos e segurança online (25000 crianças e 25000 adultos).
Conheça as áreas do questionário, bem como o Sumário Executivo em Português do primeiro relatório de apresentação dos resultados – e o relatório completo Risks and safety on the internet, bem como a nota metodológica.

http://www2.fcsh.unl.pt/eukidsonline/

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Nós e Eles e os Livros

Há dias passou um programa na televisão em que jornalistas e professores discutiam a importância da leitura. Um dos interlocutores referia a leitura ao deitar como uma das boas memórias da infância e, como um dos factores que conduziram ao seu gosto pelos livros. Entretanto uma das professoras, e também mãe de um adolescente, explicava que também ela tinha feito o ritual da história à hora de deitar, mas que hoje o seu filho não lia. Referia que os jovens reagem mais à leitura com estímulo visual do que apenas à leitura abstracta.
Como vivemos numa sociedade cheia de estímulos, a leitura por si só deixou de ser estimulante. Confesso que aquelas palavras ecoaram durante algum tempo no meu cérebro, pois como é que um livro por si só não é estimulante?
Há livros de todas as cores e feitios, com mais ou menos imagens, com cheiro e sem cheiro, com laços e até com brindes. Nesta perspectiva como pais/educadores, teríamos o caminho facilitado para aliciar as crianças e os jovens à leitura. Mas a verdade é que não. Como é que um livro, com a história mais fantástica, por si só não será estimulante?

Sabemos quais são os livros que os nossos filhos/educandos gostam de ler? Qual o seu género literário?  Autor favorito? Ou sabemos simplesmente que não gostam muito de ler.

Os tempos são outros.  Hoje podemos estar a ler comodamente um jornal no PC, enquanto conversamos no chat e até comentamos as últimas notícias “postadas” no facebook. Ou então no iPad “folheamos” calmamente as páginas do nosso livro favorito. Livro também é sinónimo de e.book.

Eu ainda sou do tempo das carrinhas da Gulbenkian, verdadeiras bibliotecas ambulantes, carregadas de histórias e de muitos quilómetros. Mas os tempos são mesmo outros.

Hoje temos mais ferramentas, mais espaços literários, mais meios de leitura, mais formas de ler livros. A leitura é um veículo de aprendizagem e de desenvolvimento crucial ao longo da nossa vida. Nunca se é demasiado novo para folhear um livro nem demasiado velho para deixar de ler.

 (Eu gosto muito dos livros em papel, e para mim não é nada abstracto, mas isso sou eu. Posso partilhar esta experiência, este gosto com os meus filhos/educandos mas não posso obrigá-los a gostar do mesmo que eu).

Não se aprende a gostar de livros por osmose. Cultive o gosto pela leitura. Partilhe leituras em casa ou na biblioteca, em papel ou em computador. Acredito que, mesmo que digam que não gostam de ler, o "bichinho da leitura" vai ficando por lá. Por isso não fique de fora!

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ESTUDO APEL
Foi encomendado, pela APEL, um estudo de hábitos de leitura, à empresa Multidados, Consultoria e Tratamento Estatístico de Dados.
Os participantes neste estudo tinham idade igual ou superior a 14 anos e eram residentes em Portugal Continental e Insular.
A recolha de informação foi efectuada através do método de entrevista directa, utilizando um questionário estruturado, com perguntas fechadas. A informação foi recolhida e tratada entre os dias 1 e 31 de Março de 2005.
Veja aqui os resultados